Naquele quarto escuro, os solos de guitarra se transformavam em analgésicos. Ela precisava amenizar a dor. E aumentava o volume. Depois espalhava as cobertas. Deitava. E adormecia.
Os sonhos estavam sem cor. No máximo um rabisco negro se compunha em forma. A mente também estava escura: o telefone não tocava, a voz não chamava, o dia não chegava nunca.
Pela janela afora, via-se a paisagem em silêncio. Chovia gotas de solidão. Ventava desejos perdidos no tempo.
Os ponteiros corriam contra o relógio.
Janeiro não fazia calor.
Carnaval não tinha fantasia.
Seresta não tinha violão.
Saudade não tinha nome.
Acordava em busca de si, enquanto os solos de guitarra se repetiam. Ela precisava amenizar a dor. E diminuía o volume. Depois juntava as cobertas. Sentava. E acordava.
A vida estava sem cor. No máximo uma linha nude traçava o destino. O pensamento também estava monótono: a ansiedade não acabava, a indiferença não a deixava, o dia não chegava nunca.
Os ponteiros paravam dentro do relógio.
Janeiro não tinha trinta e um dias.
Vontade não tinha sinônimo.
Ela não tinha nome.
Os sonhos estavam sem cor. No máximo um rabisco negro se compunha em forma. A mente também estava escura: o telefone não tocava, a voz não chamava, o dia não chegava nunca.
Pela janela afora, via-se a paisagem em silêncio. Chovia gotas de solidão. Ventava desejos perdidos no tempo.
Os ponteiros corriam contra o relógio.
Janeiro não fazia calor.
Carnaval não tinha fantasia.
Seresta não tinha violão.
Saudade não tinha nome.
Acordava em busca de si, enquanto os solos de guitarra se repetiam. Ela precisava amenizar a dor. E diminuía o volume. Depois juntava as cobertas. Sentava. E acordava.
A vida estava sem cor. No máximo uma linha nude traçava o destino. O pensamento também estava monótono: a ansiedade não acabava, a indiferença não a deixava, o dia não chegava nunca.
Os ponteiros paravam dentro do relógio.
Janeiro não tinha trinta e um dias.
Vontade não tinha sinônimo.
Ela não tinha nome.
(Dalila Lemos)
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