quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

MAIS PREGUIÇA, MENOS NOVELA

Um belo dia... Digo, há mais de dois séculos, a tal descarga elétrica resultou no funcionamento elementar do cérebro de um jornalista. Benjamin Franklin se deparou, então, com uma grande ideia. Não foi um pensamento observador de cientista. Foi algo revolucionário – como tantas outras ideias provenientes de... JORNALISTAS!

Relevante como os girassóis, cujas flores acompanham a trajetória do nascente ao poente, o homem passou a ter um papel: aproveitar as ensolaradas tardes de verão de modo sustentável. Surgiu assim, o conceito do horário de verão.

A fim de acompanhar os sonhos “madrugados” de Franklin, o amigo (e jornalista) Cadet de Vaux, publicou a importância do projeto no Jornal de Paris. Não deu em outra: formação de quadrilha, visto que dois jornalistas (juntos) valem por quatro.

Para incrementar os argumentos acerca do projeto de economia, Benjamin expôs um cálculo complexo que resultou na despesa anual de 96,075 milhões de libras gastos em cera de vela, somente na cidade de Paris. Quem, provavelmente, ADOROU a exposição dos fatos foi Josiah, o pai de Franklin – comerciante de velas de cera, que dependia do trabalho para sustentar suas vinte crias.

Muitos acontecimentos compuseram-se e desfizeram-se até que, na noite de 30 de Abril para 1° de Maio, em 1916, todos os relógios da Alemanha e da Áustria foram adiantados por uma hora.

Na década de 30, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no Brasil, mas as autoridades revogaram o seu uso. A medida foi readotada na década de 60 e deu tão certo que, desde ontem, os comentários sobre a Avenida Brasil foram substituídos por bocejos constantes.

Carminha matou o Max porque... O céu ainda está escuro às seis da manhã. (Pausa para os bocejos).

Tessália está namorando com Darkson na vida real porque... Nem todos os relógios foram ajustados corretamente. (Outros bocejos).

Cadinho recuperou suas três mulheres porque... O calor persiste nessa época do ano. (Mais e mais bocejos).

Diante de tanta preguiça, eu tento entender há alguns anos porque esse projeto não foi reformulado. Horário de verão só funciona nas regiões distantes do Equador, onde os dias são mais longos e as noites mais curtas. Para a maior parte do Brasil, esse ajuste gera pouca economia e muito sono.

Mas tudo bem. No fundo, no fundo (bem lá no fundo mesmo) eu me sinto feliz. Pelo menos assim, o povo volta a usar o tempo como pretexto para iniciar uma conversa... afinal, já estou saturada de “OiOiOi”.

(Dalila Lemos)

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