Acostumados a engolir o choro, a substituir tristeza por uma réplica de alegria momentânea. Acostumados a não se entregar ao sentimento que machuca, ao medo que escorre no suor do corpo. Habituados às frases prontas, à obrigação de atropelar o próprio tempo a fim de dar a volta por cima. Acomodados com o caminho mais curto, com o modelo que mais vende, com o conforto mais acessível, objetivo mais fácil e felicidade mais pronta.
Mas eu não. Não! Porque não sou hipócrita a esse ponto.
Eu fico triste, sim. Eu choro, sim. Me machuco, me enveneno, me procuro, me permito. Sinto dor, sinto saudade, sinto medo, sinto muito. Eu piso falso, eu tropeço, eu machuco, eu perco. Tenho dúvidas. Tenho fardos. Tenho erros.
Sou humana!
Aliás, eu não estaria aqui se fosse outra coisa. Um elemento perfeito, quem sabe. Eu não estaria...
(Dalila Lemos)
http://riosulnet.globo.com/web/conteudo/7_288749.asp
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