quarta-feira, 19 de março de 2014

VADIA, POR FAVOR!

Poderia falar de mim, mas me nego a matar alguém de tédio.

Fiquemos com os xingamentos:

Piranha, vagabunda, puta... Se revezando num ritmo tão cansativo quanto ao tédio que eu poderia causar se falasse de mim. Portanto, voltemos às ofensas.

Estive pensando que eu poderia ser mais humilhada. Nota 10 para a entonação! Mas o quesito ‘criatividade’ passou longe da média. Se me chamasse de burra, aí sim, ia tocar a ferida.

Alguém que entende o quão degradante é ter sua inteligência minorada, certamente não é burra. E, se não é burra, não quer ser chamada disso nem no último milésimo do segundo tempo.

Agora, convenhamos: PIRANHA?

Estamos no século XXI! As pessoas (digo, grande parte delas) já entenderam que mulher tem um lugarzinho nesse mundo de meu deus. Mulher tem seu lado descrito por Vinícius de Moraes – qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudade. Mas também tem seu lado Nelson Rodrigues, o qual causa uma luta constante por se fazer conviver com o pensamento mais sujo e a cara mais limpa. Uma hora não da certo... E é preciso partir para a sinceridade, como efeito de consideração.

Mas é engraçado. Lidam melhor com a mentira. Parece que a mentira é uma entrelinha indispensável nos textos de autoajuda. Algo do tipo: “se eu não souber o que se passa, vai doer menos. E, se doer menos, eu não vou precisar deixar eco com meus gritos e nem quebrar o que estiver na minha frente”.

Façamos assim: já que a inteligência foi salva pelo gongo, esqueçamos essa importunação de piranha, vagabunda e puta.


Da próxima vez, quero ser chamada de vadia. Vadia é cinematográfico, é poético, é eterno. VADIA É POSER!

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