Poderia falar de mim, mas me nego
a matar alguém de tédio.
Fiquemos com os xingamentos:
Piranha, vagabunda, puta... Se
revezando num ritmo tão cansativo quanto ao tédio que eu poderia causar se
falasse de mim. Portanto, voltemos às ofensas.
Estive pensando que eu poderia
ser mais humilhada. Nota 10 para a entonação! Mas o quesito ‘criatividade’
passou longe da média. Se me chamasse de burra, aí sim, ia tocar a ferida.
Alguém que entende o quão degradante
é ter sua inteligência minorada, certamente não é burra. E, se não é burra, não
quer ser chamada disso nem no último milésimo do segundo tempo.
Agora, convenhamos: PIRANHA?
Estamos no século XXI! As pessoas
(digo, grande parte delas) já entenderam que mulher tem um lugarzinho nesse
mundo de meu deus. Mulher tem seu lado descrito por Vinícius de Moraes –
qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente
saudade. Mas também tem seu lado Nelson Rodrigues, o qual causa uma luta
constante por se fazer conviver com o pensamento mais sujo e a cara mais limpa.
Uma hora não da certo... E é preciso partir para a sinceridade, como efeito de
consideração.
Mas é engraçado. Lidam melhor com
a mentira. Parece que a mentira é uma entrelinha indispensável nos textos de
autoajuda. Algo do tipo: “se eu não souber o que se passa, vai doer menos. E,
se doer menos, eu não vou precisar deixar eco com meus gritos e nem quebrar o
que estiver na minha frente”.
Façamos assim: já que a
inteligência foi salva pelo gongo, esqueçamos essa importunação de piranha,
vagabunda e puta.
Da próxima vez, quero ser chamada
de vadia. Vadia é cinematográfico, é poético, é eterno. VADIA É POSER!
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