No meio de tantos pensamentos absurdos, o maior de todos: os objetos deveriam ser como um aparelho celular. Não relaciono o fato aos modelos mais tecnológicos capazes de capturar vídeos, bater fotos, transmitir dados em uma distância considerável, enviar e receber e-mails, fazer downloads, baixar músicas e preparar um café forte e quente.
Sei que tanta facilidade afeta bastante o desejo e o nosso bolso, até porque, trabalhei com isso há algum tempo e conheci pessoas que optaram por um sorriso sem dente e um celular de mil reais no bolso. Não critico de maneira alguma, mas minhas idéias vão além de tudo isso.
Eu acho que a vida seria mais simples se resumida a toques. Poderíamos teclar oito números quaisquer e descobrir o exato local em que esquecemos as chaves. Um simples toque monofônico evitaria alguns minutos de estresse e preocupação. Se as chaves não estivessem por perto, o ideal seria bloqueá-las para que ninguém invadisse nossa casa. Possivelmente existiria um sistema de identificação pessoal a fim de evitar tanta burocracia, afinal, atire a primeira pedra quem nunca esqueceu os onze números do CPF.
Não me perguntem se esse objeto é o único motivo de tanta viagem. Lembrem-se de que nós também perdemos documento, dinheiro, acessórios, emprego. Algumas vezes perdemos amores, amigos e até a cabeça (creio que foi exatamente isso que me aconteceu agora). Conformada, possível e completamente conformada. Sei que tanta tecnologia ainda enlouquecerá minha mente. Por enquanto eu só quero minhas chaves e a vida resumida a toques.
(Dalila Lemos)
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