Situações me enchem. Penso nisso ao me servir de café forte no início do dia. E às vezes transborda: o café e eu. Mas, de certa forma, acho interessante o modo que a vida encontra de me advertir! Parece um sacode, como se eu fosse passageira de um ônibus estraçalhado que segue em alta velocidade sobre paralelepípedos desgastados.
Percebo (a cada quilômetro) o quão longe estou do tesouro pirata que esconde as respostas mais exatas para minhas perguntas impróprias. Pra ser sincera, questionar os próprios questionamentos só pode ser atitude de gente ociosa... Porém, acredite: não há tempo que me sobre e, ainda assim, faço isso.
Preciso de formatação com urgência. Meu HD está cheio de indagações e verbos mal conjugados: Queria do verbo não quero mais. Mas por que isso? Porque sim! Fazia do verbo não faço mais. E por quê? Porque tem que ser desse jeito!
(Esqueçam a parte do ócio. Devo ser é louca!).
Só sei que entre tanta loucura, há loucuras mais loucas que eu. E elas me enlouquecem! O jeito é deixar derramar: os desejos, as limitações, o bom senso, o agora e o pra sempre. Se deixar transbordar, uma hora esvazia.
Dalila Lemos