Doze anos. O professor de matemática entra na sala e questiona por que eu não levo a vida a sério. Simples: meu cérebro se preocupa com qual roupa usar no primeiro dia de aula. Fichário ou caderno? Cabelo preso ou solto? Trecho de Legião ou de Djavan? Plano a ou Plano b? Ir ao show ou viajar? Fazer brigadeiro ou estudar pra prova?
Escolhas de doze anos sempre ficam sempre na lembrança... Ter o direito de mudar de ideia, também. Trocar a roupa, abrir mão do fichário pelo caderno da amiga, prender o cabelo e soltar depois, escrever Legião e ouvir Djavan, nem a nem b: plano c, ir ao show e viajar depois, fazer brigadeiro antes de assistir filme e só estudar pra prova de recuperação.
Sinto falta daquelas dúvidas... porque dúvidas de doze anos não doem tanto! São brincadeiras entre amigas, um motivo qualquer que justifique alguma coisa. Mas todo mundo cresce e todo o mundo muda...
As decisões mudam de opcionais para necessárias. Tornam-se adversas. Nos consomem, nos machucam, nos modificam. Interferem no sono, no trabalho, no convívio social. As decisões nos limitam e nos esgotam por não termos mais doze anos.
(Dalila Lemos)